IFB - História

História

Os primeiros anos do IFB, desde a criação em 1980

As origens do Instituto de Formação Bancária (IFB), inicialmente designado como Associação de Formação Bancária (AFB), remontam a 1980. A partir da década de 1970, as instituições bancárias sentiram, de forma crescente, a necessidade de melhorar a formação de base dos seus quadros e colaboradores.

Em Fevereiro de 1974, isto é, ainda antes da revolução desse ano que terminou com o Estado Novo, um grupo de trabalho formado por responsáveis pela formação dos Bancos Fonsecas, Espírito Santo, Atlântico e Agricultura, procuraram dar resposta a esta questão, tendo em conta dois fatores:

  • As disposições contratuais que contemplavam o princípio de que as instituições bancárias deviam proporcionar aos seus trabalhadores, com a participação ativa destes, meios apropriados de formação de base e de aperfeiçoamento profissional;
  • A necessidade sentida em dar resposta aos desafios que o desenvolvimento da atividade bancária provocava.

Com tal objetivo, foi levantado um inquérito sobre as necessidades de formação dos bancos e efetuado um estudo in loco das estruturas de formação interbancária em Espanha, Bélgica, Inglaterra e França. Tais iniciativas, porém, não vieram a ter qualquer resultado prático, tanto mais que, logo a seguir, se deu a revolução de 25 de Abril.

Após a nacionalização da banca em 1974-1975, foi constituída a Comissão Coordenadora das Atividades Interbancárias de Formação, que desenvolveu diversas ações pontuais, mas se revelou incapaz de estabelecer um programa consequente e contínuo de formação bancária, de proporcionar uma oferta de formação estruturada, abrangente, integral e sequencial, de forma a elevar as qualificações técnico-profissionais dos trabalhadores bancários portugueses, a melhorar os níveis de produtividade e a responder aos novos desafios da informação e da telemática. Só mais tarde, em 10 de Janeiro de 1980, por iniciativa do Banco de Portugal, foi constituída, por escritura pública, a Associação de Formação Bancária (AFB), a antecessora direta, como já dissemos, do Instituto de Formação Bancária (IFB).

A Associação de Formação Bancária surgiu como uma entidade autónoma, tendo por objeto a formação profissional e o desenvolvimento dos trabalhadores que se encontrassem ao serviço dos associados, através da organização de cursos de formação profissional de base e de ações de aperfeiçoamento, reciclagem e especialização, podendo cooperar com quaisquer entidades, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, adequadas à prossecução do objeto referido.

Foram sócios fundadores da Associação de Formação Bancária os seguintes bancos:

Banco Borges & Irmão
Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa
Banco Fonsecas & Burnay
Banco de Fomento Nacional
Banco Nacional Ultramarino
Banco de Portugal
Banco Português do Atlântico
Banco Pinto & Sotto Mayor
Banco Totta & Açores
Crédito Predial Português
Montepio Geral
União de Bancos Portugueses

A Associação tinha como órgãos a Assembleia-Geral, a Direção, o Conselho Fiscal e o Conselho Pedagógico este como órgão de consulta para a programação e acompanhamento das atividades de formação.

Para o primeiro triénio da atividade (1980-1982), foram designados para os cargos sociais os seguintes titulares:

 

Mesa da Assembleia Geral

Banco Nacional Ultramarino – Presidente
Banco Totta & Açores
Montepio Geral

Direção

Banco de Portugal – Presidente
Caixa Geral de Depósitos
Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa
Banco de Fomento Nacional
Banco Fonsecas & Burnay
Banco Português do Atlântico
Conselho Fiscal
Banco Pinto & Sotto Mayor – Presidente
Crédito Predial Português

Dra. Ana Maria Bruno da Costa – Revisora Oficial de Contas

Assim, as instituições bancárias dirigiam a Associação de Formação Bancária através da Assembleia-Geral e da Direção.

Integrava também a Associação o Conselho Pedagógico, órgão de consulta para a programação e acompanhamento das atividades da Associação de Formação Bancária, composto pelos responsáveis pelo Pessoal ou Formação dos associados e os responsáveis dos 3 Sindicatos (Norte, Centro e Sul e Ilhas).

A Primeira Direção da Associação de Formação Bancária foi assim constituída:

Banco de Portugal
Dr. Brás Teixeira
Dr. Nogueira de Brito

Caixa Geral de Depósitos
Dr. Lopes Alves
Dr. Silva Pereira
Dr. Pires Lourenço

Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa
Dr. Ferreira Neto

Banco de Fomento Nacional
Dr. Herlander Estrela
Banco Fonsecas & Burnay
Engº Francisco Lacerda
Dr. Pecurto Abelho

Banco Português do Atlântico
Dr. Fernandes de Almeida
Dr. Ferreira dos Santos
Dr. Pereira Torres

A atividade corrente da Associação era coordenada por um secretário-geral, cargo para que foi nomeado o Doutor Francisco Monteiro, que pertencia aos quadros do Banco de Portugal. Constituída em 1980, a Associação de Formação Bancária, apesar de ter desenvolvido algumas atividades pontuais em 1980-1981, apenas começou a dar passos firmes em 1982, ao promover ações de formação específica, que, embora de forma não sistemática, procuraram responder aos apelos mais instantes que os bancos e os sindicatos então levantavam.

Assim surgiram os Cursos de:

  • Iniciação à Organização e Métodos;
  • Iniciação ao Processamento de Dados;
  • Conceitos Fundamentais sobre Teleprocessamento;
  • Auditoria Interna;
  • Auditoria de Sistemas Processados em Computador;
  • Análise Transacional;
  • Formação Pedagógica de Formadores;
  • Seguros de Créditos;
  • Segurança Bancária;
  • Língua Inglesa;

Seminários cujo tema, "Portugal e a Integração na CEE", estava então na ordem do dia e que, depois do sucesso obtido em Lisboa, tiveram lugar no Porto e em Ponta Delgada, Açores.

Em 18 de Outubro de 1982, iniciaram-se, por sua vez, os Cursos de Formação de Base, concretizando assim o grande objetivo que presidiu à criação da Associação de Formação Bancária e que constituía, como já vimos, uma aspiração antiga, vinda de 1972.

Sublinhe-se que, em Outubro de 1984, a Associação lançou o primeiro curso de formação profissional de base em ensino a distância. Logo nessa altura, as instituições financeiras se sentiram obrigadas a refletir sobre a sua capacidade de adaptação a uma realidade cada vez mais competitiva e exigente quanto à qualidade dos seus recursos humanos.

A carência de formadores e de estruturas necessárias para uma coerente preparação dos vários agentes bancários impunha igualmente a adoção de novos métodos de ensino. O ensino a distância revelou-se então uma opção estratégica capaz de resolver os desafios que obrigavam a formar um elevado número de profissionais em pouco tempo, com economia de meios humanos e financeiros, sem se perder qualidade de ensino.

Com o curso de formação profissional de base em ensino a distância, a Associação de Formação Bancária veio, de modo pioneiro, dar início à preparação dos profissionais da banca em todo o país, incluindo os Açores e Madeira, que pretendessem estudar e valorizar-se tecnicamente sem que isso os obrigasse ao afastamento, por períodos prolongados, dos seus locais de trabalho.

A metodologia pedagógica de ensino a distância mostrou-se de tal forma oportuna e eficaz que a sua utilização rapidamente se generalizou a outros cursos, estando também na base de diversas ações de consultadoria posteriormente desenvolvidas no leste europeu e nos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Nos anos seguintes e até à integração da Associação de Formação Bancária como Instituto de Formação Bancária na Associação Portuguesa de Bancos, em 1 de Janeiro de 1986, foram realizadas novas ações, sendo de destacar:

  • O lançamento de um curso dirigido a quadros superiores e intermédios da banca, abrangendo Economia, Operações Bancárias, Análise Monetária-Financeira e Direito Bancário (1983);
  • Estabelecimento de um esquema de cooperação com o Banco Nacional da Guiné-Bissau, para o levantamento de necessidades de formação e realização de Cursos de Formação de Base (1983);
  • Lançamento do Curso de Formação Profissional de Base em Ensino a Distância, no Continente e Regiões Autónomas (1984);
  • Descentralização da formação em sala, com a realização de cursos para recém-admitidos e de aperfeiçoamento no Porto (1984);
  • Estabelecimento de um programa de formação para o Banco de S. Tomé e Príncipe (1984);
  • Alargamento da realização de Cursos de Formação Específica ao Porto, Madeira e Açores (1985);
  • Realização de vários encontros de responsáveis de departamentos dos Bancos para equacionar necessidades de formação (1982-1985).

A atividade do Instituto de Formação Bancária, desde 1986 ...

A evolução da atividade da Associação de Formação Bancária, entre 1982-1985, medida em função do número de participações, ultrapassou as 17 000.

Cinco anos após a sua criação e por deliberação da Assembleia-Geral da Associação de Formação Bancária, de 25 de Novembro de 1985, foi decidida a integração da AFB na então constituída Associação Portuguesa de Bancos, como Instituto de Formação Bancária, a partir de Janeiro de 1986.

Na sequência da criação da Associação Portuguesa de Bancos, em 1985, a Associação de Formação Bancária (AFB) passou a designar-se por Instituto de Formação Bancária (IFB), tendo sido integrado, em 1 de Janeiro de 1986, naquela Associação, processo este que procurou acompanhar, simbolicamente, a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), cujo tratado foi assinado em 1985, e passou a vigorar a partir de 1 de Janeiro de 1986.

A Associação Portuguesa de Bancos, constituída ao abrigo e em conformidade com o disposto na lei, nomeadamente o decreto-lei n.º 215-C/75, de 30 de Abril, com vista à prossecução e defesa de interesses comuns dos associados, foi constituída com o objetivo de "promover e praticar todos os atos que possam contribuir para o progresso técnico, económico e social da atividade própria dos associados e para a prossecução e defesa dos interesses destes perante quaisquer entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras", nomeadamente promover, através do Instituto de Formação Bancária, a formação e aperfeiçoamento profissional do pessoal bancário, nos termos do capítulo VI dos seus estatutos.

Com efeito, estes esclareciam que o Instituto de Formação Bancária teria por objeto "a formação profissional de base e as ações de aperfeiçoamento, reciclagem e especialização dos empregados bancários e bem assim o ensino, a vários níveis, em domínios respeitantes à atividade bancária ou com ela conexos", podendo cooperar com quaisquer entidades, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, visando a prossecução de tais fins. O Instituto de Formação Bancária passou a ter um orçamento autónomo, devendo, em princípio, cobrir as suas despesas com as receitas resultantes da sua prestação de serviços.

O Instituto de Formação Bancária, dando continuidade ao trabalho anteriormente desenvolvido pela Associação de Formação Bancária e tendo assim como finalidade promover a elevação das qualificações técnico-profissionais da classe bancária portuguesa, tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas dirigidas à criação de uma estrutura de formação integrada e sequencial, que lhe atribuiu o sentido de uma verdadeira Escola Bancária, abrangendo a formação de base, a formação intermédia e a formação superior, que passou a disponibilizar às instituições financeiras e outras e, consequentemente, à população bancária em geral, a todos quantos se candidatam à profissão bancária, bem como àqueles que desempenham funções na área financeira, numa progressão segura, metódica e coerente das suas atividades, pautada pela criação e lançamento do:

  • Curso Avançado de Gestão Bancária, em 1987;
  • Curso Regular de Formação Bancária, em 1989;
  • Instituto Superior de Gestão Bancária, em 1991;
  • Curso Geral Bancário em regime de alternância-aprendizagem, em 1992;
  • Escola Virtual, em 1997;
  • WebBanca – Formação Bancária Online, em 2000.

A par desta formação, o IFB criou e continua a desenvolver permanentemente cursos das áreas bancárias e financeiras, ajustados às necessidades da população-alvo para diferentes níveis e utilizando diferentes metodologias, atividades e iniciativas que, desde 1990, passaram a ter como pano de fundo um profícuo relacionamento internacional.

Refira-se, também, que as atividades do IFB incluem, ainda, a consultoria em Portugal e no estrangeiro, a organização de seminários altamente especializados, a publicação de manuais e outros materiais pedagógicos e didáticos, e ainda a edição da revista Inforbanca.

Apresentamos a sequência cronológica dos momentos mais marcantes da história do IFB:

1980Criação da AFB – Associação de Formação Bancária. (10 de Janeiro).
1983Início da atividade de formação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
1984Criação do Ensino a Distância.
1986A AFB, com a criação da APB em 1984, muda de nome para Instituto de Formação Bancária, sendo integrado na estrutura da APB.
1987Criação do Curso Avançado de Gestão Bancária em parceria com a Universidade Católica Portuguesa.
1989Lançamento do Curso Regular de Formação Bancária, posteriormente reconhecido pelo Ministério da Educação como equivalente ao 12º Ano, e que vem reforçar a oferta no Ensino a Distância.
1990Início da Atividade Internacional nos países da Europa de Leste.
1991Criação do ISGB – Instituto Superior de Gestão Bancária (Bacharelatos e Licenciaturas).
1992Início da Formação em Alternância na Banca com o Curso Geral Bancário, que atribui o 12º Ano, ao abrigo de parceria com o IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional (Programa Aprendizagem).
1994Apoio na criação dos Institutos de Formação Bancária de Angola (IFBA) e de Moçambique (IFBM).
1997Início da Formação em e-Learning no âmbito da "Escola Virtual".
2001Lançamento do Programa de Certificação Bancária (PCB), composto por dois cursos: Curso de Fundamentos de Banca e Curso Complementar de Banca.
 Realização do 1º Curso Integrado de Gestão Bancária (CIGB), destinado a quadros dos Bancos dos Países de Língua Portuguesa.
2002Entrada em funcionamento da Plataforma de e-Learning WebBANCA.
2004Novos Cursos de Formação em Alternância (Nível 4).

Novas Pós-Graduações e 1º Curso para Executivos do ISGB.

Projecto "Implementation of EU Payment System Standards" na República Checa.

2006Aumento da atividade internacional nos PALOP.
2007Adaptação das Licenciaturas do ISGB (1º ciclo) ao Processo de Bolonha.
2008IFB vence concurso do Banco Mundial em Angola "Assistência Técnica ao IFBA".
2009Intensificação da participação em projetos internacionais no âmbito da EBTN (European Banking & Financial Services Training Association), em domínios como a certificação profissional, a qualidade da formação e o aperfeiçoamento pedagógico.

Início do Programa POPH (Programa Operacional de Capital Humano), do QREN – Programa de Formação vocacionado para o desenvolvimento escolar e profissional de Empregados e de Candidatos ao Sector.

2010Novos Cursos de Formação (Presenciais e em e-Learning) do IFB.
2011Novos Estatutos do ISGB. Celebração de novas parcerias e acordos com outras entidades.

Aumento e diversificação das atividades de formação nos PALOP.

Participação no projeto sectorial de “Educação Financeira”, liderado pela APB.

2012Celebração de parcerias com entidades académicas dos PALOP.
2014Parceria com o IEFP como agente formador nos cursos apoiados pela Medida “Vida Ativa”.
2015Reestruturação do IFB.

Projeto Especial de Formação realizado para uma única Instituição de Crédito nova no Sector, com um total de 6.072 participações.

Programa de Formação para Alta Direção de uma Instituição de Crédito nova.

2017Reposicionamento do IFB no Mercado.

Criação do Conselho de Diretores de Recursos Humanos e Formação.

21 258 colaboradores certificados em DMIF II - formação inicial.

2018

22 878 formandos em RGPD.

IFB é a primeira entidade formadora reconhecida pelo Banco de Portugal para as certificações: Comercialização em Crédito aos Consumidores Comercialização em Crédito Hipotecário e Intermediação de Crédito.

12 727 formandos nas certificações de Crédito.

2019

23 247 colaboradores certificados em Comercialização de Crédito Hipotecário.

Reconhecimento pela ASF como entidade formadora para formação e aperfeiçoamento profissional contínuo.