InforBanca 129
Entre os temas mais desafiantes e com mais potencialidade para alterar profundamente o nosso dia a dia estão a Inteligência Artificial (IA) e as Tecnologias Quânticas.
Serão seguramente tanto ou mais disruptivas que a internet ou a utilização universal dos telemóveis.
Embora seja muito difícil antever os impactos ou compreender ex-ante a extensão das suas implicações, é imperativo manter no nosso radar a monitorização, a antecipação e a nossa preparação (indivíduos, instituições ou empresas) para as mudanças que estão a acontecer. Por este motivo, dedicamos este número da revista a estes temas, com um conjunto muito rico de artigos que conciliam diferentes perspetivas.
Luís Laginha de Sousa aborda as potencialidades que a Inteligência Artificial pode trazer ao sector financeiro, frisando a necessidade de o seu desenvolvimento e incorporação se fazer de forma responsável e ética para sustentar eficazmente a missão do sector.
Helder Rosalino fala-nos dos benefícios da inteligência artificial, sublinhando a sua relevância no apoio à atividade das entidades do sector financeiro e das entidades de supervisão. Adereça ainda o tema da necessidade de colaboração entre supervisor e supervisionados para reforçar a confiança, responsabilidade e cibersegurança na utilização da Inteligência Artificial e de outras tecnologias inovadoras.
Yasser Omar proporciona-nos um olhar anatómico sobre as tecnologias quânticas e os seus princípios contra-intuitivos, facilitando-nos a compreensão das potencialidades que encerra e da disrupção que provocará. Proporciona-nos, ainda, uma visão optimista sobre a correspondente perspectiva de evolução e o papel assumido por Portugal.
João Filipe Torneiro trata a relação com o cliente e a forma como a IA pode reforçar a centralidade no cliente e contribuir para a prestação de um melhor serviço, mais personalizado e promotor de relações duradouras, sempre que utilizada com requisitos éticos e de transparência.
Sendo o conhecimento do sector bancário e da evolução dos seus principais indicadores da maior relevância, a Área de Estudos e Publicações da APB atualiza-os na rubrica O sector Bancário num minuto.
Tenho a expectativa de que o conjunto destes artigos contribua para que o leitor fique mais elucidado e preparado para reflectir sobre este mundo novo que começa a desenhar-se.
Há uma conhecida frase no mundo náutico que muito bem aqui se aplica: “não podemos mudar o vento, mas podemos ajustar as velas”. Esse ajustamento será determinante.
António Neto da Silva
CEO do IFB