InforBanca 125 - IFB

InforBanca 125

Edição InforBanca em PDF

Caros Leitores,

 

A crescente digitalização da economia e o aparecimento de novas tecnologias, tem vindo a transformar profundamente o sector bancário. 

Os clientes procuram soluções mais flexíveis, personalizadas, imediatas e disponíveis em qualquer local e momento, impulsionando assim a reformulação da oferta dos bancos que se tem vindo a diferenciar muito em termos da experiência digital.

Perante a pressão e as possibilidades criadas pela digitalização, as instituições mantêm análises constantes das expectativas dos clientes e das tendências globais, fazendo uma profunda integração nos seus processos da inovação tecnológica disponível. 

O desafio da transformação tecnológica é, pois, central para os bancos, sendo cada vez mais uma condição sine qua non para manterem (e dilatarem) a sua quota de mercado.

No ecossistema financeiro observam-se importantes movimentos: Cripto-moedas/cripto-ativos, stablecoins, emergência de vários players, e outros.

Os bancos centrais procuram adaptar-se às alterações que a digitalização trouxe ao sector financeiro e redefinem a sua estratégia face à evolução tecnológica. A investigação em torno da possibilidade da criação de moedas digitais pelos bancos centrais é disso um claro exemplo, criando fundados receios por parte dos Bancos relativamente às consequências, para o Sector, da eventual criação de tais moedas pelos bancos centrais. É, por isso fundamental discutir abertamente o que está a acontecer para estarmos preparados para dar as respostas prontas e adequadas a um futuro de sucesso por parte da Banca. São ainda exemplo da procura de ajustamento à utilização de novas tecnologias, por parte dos bancos centrais, a melhoria das ferramentas de supervisão e de gestão de risco utilizadas pelas entidades de supervisão. A transformação digital no sector financeiro e na economia em geral está mesmo a estimular uma reflexão sobre modelos de regulação e supervisão com vista a torná-los mais eficazes e adequados à atividade das entidades supervisionadas e dos consumidores.

Com o objetivo de proporcionar ao leitor uma visão abrangente destes aspetos, o presente número da revista integra contribuições muito ricas e complementares.

José Manuel Campa partilha as principais tendências do mercado, e a atividade da EBA no mapeamento de tendências e na avaliação de riscos e vulnerabilidades do sector, identificando também algumas alterações legislativas relevantes.

Ana Paula Serra apresenta uma reflexão sobre RegTech e SupTech sublinhando as vantagens na sua utilização e a necessidade de articulação entre os diferentes atores de forma a se conseguir otimizar a sua implementação. 

No artigo intitulado “Why CBDCs and Not Cryptocurrencies Will Disrupt Banking?” David Gyori contextualiza as moedas digitais de bancos centrais, fazendo uma interessante análise matricial e apresentando disrupções que a sua implementação poderá provocar, lançando luz muito útil sobre os desafios a vencer para que os Bancos façam uma adaptação estrutural bem-sucedida.

Como habitualmente, a rubrica Sector Bancário num minuto, do Centro de Estudos e Publicações da APB, fornece dados muito úteis sobre o contexto e a evolução do sector.

Incluímos ainda neste número, e no âmbito do relevante trabalho desenvolvido pela APB na área da Educação Financeira, a notícia sobre o lançamento do site Saber de Contas e a informação sobre atividades desenvolvidas, com especial enfoque na European Money Quiz num artigo de Joana Rodrigues e Rita Machado.

Espero que a leitura destes artigos possa contribuir para uma reflexão aprofundada sobre os desafios atuais e o futuro próximo. Como terá dito Confúcio “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”.

Boas leituras!

 

António Neto da Silva
CEO do IFB